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- Eles não me enganarão mais. Não enganarão mais ninguém...
Naquela mesma noite, uma estranha figura perambula pela rua vazia. O caminho não lhe era estranho. Estava mais uma vez rente à porta que outrora fechou-se na sua cara. Com certa dificuldade, a figura misteriosa sobe muro ao lado, pulando, em seguida, para o teto da editora – parecia já ter planejado tudo. Não demorou muito e já havia destelhado parte do teto e despedaçado o forro. Agora ele já estava dentro do local.
Foi esbarrando e tropeçando até encontrar o interruptor. A luz enfim revela a figura misteriosa: Era um sujeito de máscara negra, luvas brancas, galochas de chuva e uma cueca azul sobre a calça. Ele trazia um galão de gasolina amarrado às costas por tiras de borrachas que cruzavam-se em forma de “x” rente ao tórax.
Com um hábil movimento, o sujeito retira a gasolina das costas, destampando-a. Estava preste a queimar a loja quando uma sonolenta voz chama sua atenção.
- O que está fazendo aqui?! – era o dono do local que, de pijama, aproximava-se. Mantinha uma cara de sono no rosto e um taco de basebol nas mãos.
- Como eu iria saber que a editora também é a morada do dono? - questionou-se, em sóbrio silêncio.
- Sei quem é você?! É o cara de hoje de manhã... – abaixou o taco.
- Bem... – parecia não saber se tampava a gasolina ou ateava fogo no local.
- Esqueçamos que o senhor tentou colocar fogo na nossa produtora. A sua imagem é o que nós procuramos, um super vilão mal sucedido e com poucas perspectivas de futuro. Por favor, volte a desenhar para nós!
Poucos dias depois...
- Como assim eu não tenho mais direito sobre meu personagem?! Eu criei aquele super vilão! Ele me pertence!
- O senhor leu o contrato?
- Bem...
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