Dejà vú nostálgico

E em um instante tudo silenciou em mnemônico devaneio, e mais uma vez foi convidado a dialogar consigo. Como sempre não pareceu muito atraente, principalmente pelo que motivara tal embate, entretanto, estranhamente, decidiu aceitar e entrar no mundo de sua mente sobre si próprio.

Quando se viu em seu interior, viu pensamentos que jamais ousou pensar, e viu críticas e autocríticas, e viu ironias, e dessas, auto-ironias, e viu metáforas, e viu contradições, e viu também, em meio às coisas complexas, faíscas de simplicidade, e viu lembranças, e viu decepções, e viu surpresas, e viu pessoas, pessoas importantes... e viu ainda momentos, inúmeros momentos, e, finalmente, a saudade, a saudade que por fim se transformara em nostalgia. E então parou e olhou um instante como se o “tudo” estivesse ao alcance dos olhos... e viu-se no meio de um caminho, um caminho que só permite olhar para trás, o caminho da vida, um caminho que leva para onde não se pode voltar.

Abrindo os olhos, de volta à “realidade”, pensou ter sido um sonho, mas uma estranha sensação anunciava convincentemente que não, e que tão pouco seria a primeira vez que se via naquele momento, contudo, sem esperança de poder voltar para mesmo...
Tiago Bruno

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