Sertão



Quando a chuva anuncia o mês;
Um fole puxado levanta o salão;
E a esperança alumia outra vez;
Revirando em festa meu sertão;

Chão rasgado se cobre d’água;
A alegria se espalha ao vento;
Sofrimento de mão calejada;
Agora é riso de violeiro;
Rente às cordas do instrumento;

Cantoria embolada faz-se prece;
Os dedos deslizam pelo rosário;
Mesmo quando o sustento carece;
Inabalável é em seu rogo diário;
Guerreiro da roça que versa contente;
O meu Nordeste de luta, fé e repente!

Shinji

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