Era um vaso diante de uma enorme fila. As pessoas traziam água em suas mãos, prontas para despejá-la, conforme a fila andava, no sonoro vazio do barro oco. Estavam dispostas a preencher um espaço que, segundo eles, devia estar preenchido. Não sabia dizer se havia algo realmente meu ali; se minha essência podia distinguir-se das demais. Não fui capaz de defender-me, só podia esperar a água transbordar o topo. E quando já não podia mais conter a água, todos apontaram para o chão encharcado, julgando-me. “- Não tive culpa! A água não era minha!” – supliquei, em vão. Cansado daquela hipocrisia, chorei, despindo-me daquela essência indesejável. Daquilo que eu sou, mas não sou eu...
Que lixo...
Shinji
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