Pessoalmente, prefiro teu sorriso...

A chuva bate em meu vitral, persistente. A janela da minh’alma já não abre mais. Lá fora, só vejo a aquarela cinza em suas várias tonalidades, dançando diante de mim; zombando com seus trejeitos. O brilho do sol, ofuscado por entre as nuvens densas, não alcança minha íris. Minhas pálpebras estão caídas, e minhas sobrancelhas não se movem. O vento da chuva murchou minha derme, desenhando uma face tristonha que ameaça rachar sempre que insistia em esboçar alguma emoção. E, perdido, ainda anseio pelo dia em que essa chuva vai passar...


Ou então...


O sol bate em meu vitral, jubiloso. A janela da minh’alma já não reflete mais. Lá fora, vejo os tons de laranja que escorrem pelo céu, serpenteando diante de mim; sorrindo e fazendo caretas. As nuvens negras cederam à luz diurna que incidia em meu sorriso. Minhas pálpebras estão vivas, e minhas sobrancelhas não se aquietam. O vento da chuva roborou minha derme, desenhando uma face expressiva que transbordava laudas de expressões sempre que insistia em esboçar alguma emoção. E, auspicioso, ainda anseio pelo dia em que voltarei a te ver passar...



Lé Ferdinand


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